O cheque especial é uma das principais formas de crédito do mercado, mas, por ser tradicional, muitos não o conhecem. Apesar de não ter caído em desuso, sua popularidade foi substituída por outros serviços menos burocráticos e mais tecnológicos.
Mesmo assim, ainda é um produto atrativo para o cliente, oferecendo uma margem de gastos adicionais na conta, como um cartão de crédito.
Conheça mais sobre essa forma de pagamento tão usada no passado, e saiba se ainda vale a pena contratar na conta.
O que é cheque especial?
O cheque especial é uma linha de crédito pré-aprovada oferecida para alguns clientes diretamente na conta corrente. Popularmente conhecido como “limite bancário”, trata-se de um valor adicional que aparece disponível para uso no extrato.
Na prática, é como um limite extra para gastar. Mas em vez de ser um cartão ou um talão de cheques, por exemplo, esse adicional cai diretamente na conta-corrente.
Mas vale reforçar que, assim como outras formas de crédito, o cheque especial também tem juros e pode incluir outras taxas, como o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Como funciona o cheque especial?
O cheque especial é um tipo de crédito que apenas o banco pode oferecer para seus correntistas. Isso porque ele cai diretamente na conta do cliente, permitindo o uso a qualquer momento.
Cada instituição financeira tem liberdade para definir os critérios de concessão e o valor que será liberado. Para isso, se leva em conta fatores como a renda mensal na conta, histórico de pagamentos e o tempo de abertura do cadastro.
Outro aspecto é a política de isenção de tarifas pelo uso do cheque especial. Algumas instituições permitem a utilização gratuita por um período, geralmente de até 10 dias, cobrando apenas o IOF. Essa é uma forma de incentivar a adesão por parte dos clientes.
Os juros aplicados também variam entre os bancos, embora estejam limitados ao teto de 8% ao mês, conforme determinação do Banco Central. Isso explica por que clientes do mesmo banco podem ter taxas de juros diferentes para o cheque especial.
De acordo com o Banco Central, as instituições financeiras têm o direito de ajustar o limite do cheque especial, mas devem seguir regras específicas. Para isso, precisam avisar o cliente com pelo menos 30 dias de antecedência e ele deve aprovar.
Entenda na prática
Imagine que o cliente de um banco tenha R$200 de saldo na conta e realize uma compra no débito de R$600. Para completar a transação, ele precisará de R$400 do limite do cheque especial.
Ou seja, funciona como um crédito. Se ele possui um limite de R$800 inicialmente, conseguirá passar a compra e ainda ter uma margem disponível. Quando terminar o pagamento, o extrato mostrará esse débito de –R$400, que será pago quando ele fizer uma transferência de débito na conta.
Nesse caso, é importante que o cliente devolva o valor o quanto antes. Caso tenha direito a um período sem juros para o uso do cheque especial, ele pode aproveitar essa vantagem e regularizar a conta antes do vencimento.
Quando depositar qualquer valor na conta, o banco automaticamente usará a quantia para cobrir o débito, incluindo as tarifas, impostos e juros.
Quais os riscos de usar o cheque especial?
Apesar de ser um recurso interessante e uma forma de crédito extra, o cheque especial deve ser usado principalmente para emergências, e em um curto período de tempo.
Para quem precisa de dinheiro por mais tempo, é recomendável buscar alternativas de crédito com pagamento parcelado e juros mais baixos. Isso porque as taxas podem não compensar o uso frequente dessa opção.
Além disso, contribui para o descontrole financeiro, que pode gerar um efeito bola de neve, já que o cliente pode começar o mês devendo ao banco e se ver obrigado a continuar usando o limite por meses seguidos.
Outro problema é confundir o cheque especial com um crédito próprio, já que o valor pertence ao banco. Esse dinheiro será devolvido em algum momento, não gera benefícios, como um cartão de crédito, e não é a melhor linha financeira para gastos a longo prazo.
Por isso, mesmo que seja atrativo e valha a pena conhecer, o cheque especial deve ser apenas uma saída de emergência em algumas situações.
Todas as informações contidas neste e em outros artigos Boisla podem passar por mudanças. Verifique atualizações com as instituições e empresas citadas.
REFERÊNCIAS:
https://www.bcb.gov.br/meubc/faqs/p/o-que-e-o-cheque-especial
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